sábado, dezembro 10, 2005

Sombra



Estava a dormir um sono leve e profundo...
Ouvi um barulho estranho, abri os olhos e não vi ninguém. Estava sozinha.
No entanto, o barulho estranho que me despertara anteriormente permanecia. Levantei-me e resolvi descobrir a sua origem.
Reparei que à minha volta tudo estava diferente. O local onde adormecera não era o mesmo onde acordara. Parecia tudo tão exótico e misterioso, o que serviu de estímulo para continuar a minha busca.
À medida que caminhava aproximava-me do meu objectivo. De repento, vejo uma sombra. Fiquei estática e, ao mesmo tempo, senti uma suave brisa bater no meu rosto como se se tratasse de alguém que me susurrava algo excitante e indecente. Um arrepio percorreu todo o meu corpo.
O barulho que ouvira inicialmente quando dormia foi levado pelo vento e apenas a sombra misteriosa preenchia o meu pensamento. Estava decidida a decifrar aquele mistério.
Voltei-me e reparei que a sombra mudara de lugar. Parecia um vulto, um vulto masculino. Fechei os olhos e voltei a sentir o mesmo perfume irresistível que me seduzia incessantemente.
Era impossível controlar-me e já não respondia pelos meus actos.
Apenas queria descobrir quem estava por trás daquela sombra.
Encontrava-me cada vez mais perto. Aproximei-me e... senti um arrepio gelado e desagradável. Estava na praia quando adormeci e uma onda inconveniente acordou-me, deixando-me completamente molhada.
Que revolta!
Afinal, tudo não passara de um sonho, um mero sonho.
E eu que estava quase a desvendar aquele mistério que tanto me envolvera e estimulara...

03.Julho.96