sábado, dezembro 10, 2005

Mas tu não

O mundo pode ignorar-me, mas tu não.
Quando me vês nunca fazes uma festa, tratas-me como se fosse uma coisa banal.
E eu, quando te vejo, sou invadida por uma explosão de alegria, e só tenho vontade de saltar para o teu colo e beijar-te.
Mas tu não deixas. Crias uma barreira entre nós. E eu não a consigo transpor.
Quando estás perto, sinto-te longe.
É como se o teu corpo estivesse ali, ao pé de mim, mas tu não.
Pareces-me distante. Dás-me a entender que não é ali que queres estar.
O mundo pode ignorar-me, mas tu não.
Só te sinto bem juntinho a mim, quando me fazes tua e entras em mim como um cachorrinho perdido que procura carinho e atenção.
Adoro quando me olhas e me sorris; e nos intervalos da tua respiração arfante me mostras a língua como um puto endiabrado, e me lambes, mostrando o teu lado infantil.
Tens medo de quê?
Ajuda-me a desvendar-te e a perceber-te. Abre-te a mim sem receio.
Eu só quero ser tua, e que tu sejas meu.
O mundo pode ignorar-me, mas tu não.

17.Abril.2000